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segunda-feira, 20 de abril de 2009

PROSA POÉTICA: NA PIA CARRARA


PROSA POÉTICA: NA PIA CARRARA
Subi a escada no pulo ágil de gato silencioso.
Meu álibi: um café fresco e cremoso.
Fátima, a linda negra de saia, camiseta e sandália a lavar eterna louça antiga na pia carrara.
O tempo urge ante o retorno do mando à casa grande.
Um gracejo, uma malícia nos olhos, uma dissimulada triscada por trás.
Teso ofegante sem jeito. No limiar do ridículo. No calor do cio da terra exuberante.
Aconchego da bunda macia. Princípio do prazer.

mão desliza pela coxa
mão envolve o seio
sedução de amor
(ou, seria uma sedição?)
na palma da mão

Suor brota nos corpos.
Suspensos no balanço do mar sem fim. Da não-existência do tempo ocidental.
Fátima enxuga as mãos, vira-se, e beija-me como uma princesa africana ancestral.
Beijo ensolarado, almiscarado, úmido.
Levanta a saia, a mostra suas coxas negras, roliças, firmes.
(a calcinha rosa).
E, então, com graça e destreza, se ajeita na monumental pia.
Abraço a fina cintura de bunda macia e perna escultural.
Sua mão fina, áspera, me conduz na vertigem do seu corpo exalante.
Minhas mãos abraçam um só corpo mesclado de cor e suor e seguram forte, atrás de nós, na escultural torneira dourada deca.
Um jorro, um soluço, um gozo, um grito, um abraço.
Um longo beijo extasiado.
Ancestral.

(No outro dia, seu Ari, faz tudo da casa, não acreditava como uma torneira cara e forte daquela estourou daquele jeito. E toca ligar pra assistência deca...).
jc.pompeu, fev 2009

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