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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O ENGENHEIRO CHINÊS DA AVIBRÁS


O Engenheiro Chinês da AVIBRÁS

A notícia da volta da Avibrás que lhes adianto, não foi nenhuma granja estatal de aves ou de galinhas dos ovos de ouro... Pensando bem, talvez uns ovinhos dourados. Mas foi uma empresa que cresceu nos bndes da ditadura militar fabricando equipamentos de alta performance bélica que voavam pelos ares como é próprio da natureza das aves, mas não das pessoas...
A notícia trouxe a lembrança de que conheci na boêmia de sampa, no final the 90's pop&rock, um engenheiro eletrônico sino-brasileiro formado no ITA que, the 80’s club, (ouça aqui) trabalhou na Avibrás numa sigla da empresa, se me recordo, algo como "sistemas inteligentes de ogivas"... só me lembro bem que havia na sigla a palavra ... inteligentes!
Gostava de ouvir os causos etílicos do chinês, à época, já desligado da empresa e em vôo solo de galinha nos negócios de bugigangas eletrônicas da emergente comunidade chinesa.
Na Avibrás costumava viajar a trabalho para o Oriente Médio. Diversas vezes para o Iraque. Viagens que no meu imaginário esfumaçado pareciam cenas só lidas e assistidas em histórias de espionagem da guerra fria ou nos romances tipo John le Carré.
Suas missões para o Oriente árabe eram ricas de escalas e rotas pela Europa de destinos cruzados que somente lhe eram revelados em cima da hora ou durante o périplo secreto a serviço, se, na Inglaterra, de Vossa Majestade... Dizia que nessa época acumulava milhagens e mimos aéreos pra dar e vender...
Nessas viagens de traje executivo, eu percebi que ele era uma espécie de engenheiro de alta especialização com estafeta de confiança (de pasta de couro com segredo à mão) da organização corporativa. Tanto na ida como na volta, obrigatoriamente, fazia rotas e escalas em algumas cidades suíças... Algumas vezes, em outros pequenos estados europeus tipo paraíso fiscal. Dizia que era para fazer coisas rápidas e burocráticas da empresa...
Ele, na verdade, falava de muita coisa... mas, bebum! sabe como é que é: tem que se dar um desconto... Quanto mais alto da conta paga regiamente mais contava aventuras com lindas mulheres na companhia de colegas, compradores, oficiais, lobbystas e sei lá quem mais... Ele gostava de se programar com morenas voluptuosas mandonas e ruivas - ruivas branquelas com pintas. Sei lá das taras do china... Eu somente viajava na sua companhia loquaz (dizem que os chineses são os italianos asiáticos...) como se eu estivesse na leitura ou no filme de uma intrigante aventura de romance corporativo de espionagem e belas mulheres e paraísos de diversos tipos. Aliás, os paraísos terrenos na moda, são, na verdade, coisas tão antigas como os bíblicos.
No Iraque da época, costumava ter uma estadia mais longa na companhia de altos militares e homens do governo. Às vezes, rumavam para uma zona deserta (desculpem a redundância) de segurança máxima voando e comendo poeira bíblica por entre pedras dos caminhos da mesopotâmia – um dos berços da civilização - para realizarem testes e exibições de mísseis e equipamentos bélicos. Dizia que houveram vezes em que lá estava a presenciar os testes, o ditador Saddam Hussein e que ele, agora em traje de engenheiro de campo, tinha que dar explicações técnicas às perguntas do ditador sunita e do seu staff.
Vira-e-mexe, à mesa de bar, revoltava-se, com os olhos brilhantes e a boca ávida, a história de uma paradisíaca comemoração no máximo do luxo, da elegância e da safadeza chic by Paris dos ricos negócios internacionais (e, das longas estadias sabáticas do mestre Chico), por conta de um milionário contrato da sua empresa Avibrás com o beligerante governo do Iraque. Ele contava de coisas finas de comidas e iguarias, vinhos e flûtes, massagens e dengos, prazeres de uma única vida do engenheiro chinês... e, claro, lindas mulheres que somente muita grana, no caso, dinheiro vivo corporativo (ainda não havia essa coisa de cartão corporativo), pode possuir e realizar as fantasias e as taras do oriente de nós... tão parecidos quando sem as projeções de nossas couraças culturais.
Por uma eterna e única mil e uma noites do tempo de sonhos nos jardins suspensos parisienses do meu amigo de bar chinês. (nos cassinos e boates e prisões e templos do mundo é proibido perceber a passagem do tempo...).
Bem, certo ou errado - tanto faz como fez - que depois o ditador Saddam, como é típico do caráter de todo ditador imperial, seja ele compadre ou não, imbuído da rota retórica ideológica-religiosa do poder absoluto (em nome do pobre povo de Deus...) deu um bombástico calote no contrato bélico da Avibrás e do governo brasileiro. Mas isso já é outra história que não foi comemorada... é óbvio.
Era um china porreta de bom e amigo! Montou de graça e rapidinho meu primeiro computador. Um avião de veloz! By ITA made in China.
No entanto, perdi seu contato nas quebradas... e muito tempo depois, soube que emigrara para o Canadá onde, como sabemos, tem uma grande colônia chinesa. Soube também que foi para lá trabalhar, devidamente legal, com computação e programas de alta performance digital... e, deduzo eu, algum tipo de sistema canadense ou corporativo global inteligente... e inovador. O china era um solteiro inveterado. (essa informação aparentemente de mera fofoca maldosa... é importante, pois que lá fora, nos contratos de trabalho sem as amarras burocráticas da terrinha, o estado civil, por exemplo, define condições diferenciadas de salários, bônus, encargos e benefícios... define competitividade e agilidade, já que o sistema é capitalista de mercado para o bem ou para o mal... sem as meas culpas cartoriais das vontades absolutas do recente materialismo dialético no poder e do velho catolicismo instaurador do poder nas terras brasilis).
Como já disse, o engenheiro sino-brasileiro, amigo de copo, tinha formação de alto nível tecnológico de ponta de custo alto para o país que quer ser inovador e inteligente (veja bem: o país e não os pais ou mesmo a mãe-China ou mesmo o anfitrião legal! canadense)... tinha formação lá na excelência nacional politécnica do ITA - dos bravos militares brasileiros - e que, um belo dia... o amigo china pegou o avião pro Norte...
Veio à mente a velha canção do mestre Caymmi: "Peguei um ITA no Norte." (ouça aqui)

jc.pompeu, ago 2010

haicai 145


haicai 145

a bela samantha
torceu o pé na dança
por ora, samanca...

jc.pompeu, maio 2010

haicai duplo 158 (bashô)


haicai duplo 158 (bashô)

água
ex-tanque
que a rã! mergulha
barulho d’água

água estanque
que a rã! mergulha
barulho d'água

jc.pompeu, ago 2010

DICAS DE BELEZA FEMININA


Dicas de beleza feminina

"Beleza é transpirar o frescor da inocência pelo corpo sem a culpa do prazer na consciência. Se, o coração pulsa amor, alegria, ousadia, então:
é beleza pura."


jc.pompeu, filósofo de alcova, ago 2010

haicai 159


haicai 159

pipas
nuvens brancas
o vento é colorido

jc.pompeu, ago 2010